Como indicar um psicólogo?
A busca pelo profissional ideal
faz com que muitas pessoas, próximas ou não, solicitem a nós psicólogos,
indicações de psicólogos clínicos que confiamos para atendê-las. O que muitas
vezes significa que alguém pede ajuda para que outro alguém o ajude a resolver seus problemas. Entretanto a
indicação de um terapeuta pode ser vista como uma tarefa fácil e corriqueira, porém
não é!
Primeiramente é preciso conhecer
bem o trabalho dos colegas de profissão para confiar a história de vida de
alguém. Por se tratar de um trabalho subjetivo, o psicólogo clínico precisa
estar bem preparado, ou seja, ser bom tecnicamente, ser ético, estar atualizado
e trabalhar bem. Parece simples, mas não é. É muito importante ter em vista,
que o trabalho do psicólogo é por vezes solitário, e se este não estiver
engajado em trocas profissionais como grupos de estudos, congressos, publicação
de trabalhos, grupos de supervisão, cursos, workshops, seu trabalho clínico não
será reconhecido pelos colegas da classe. A troca entre os profissionais da
psicologia clínica é muito importante, para não se fecharem em si próprios.
Por outro lado, tenho um jeito
particular de indicar. Compreendo que, para alguns futuros clientes a distancia não é, e nunca seria, um entrave
para qualquer atividade, porém para outros, o local, o valor, o horário, entre
diversas outras minúcias certamente serão obstáculos para a escolha do profissional,
e principalmente, para dar o passo inicial do inicio do processo terapêutico.
Por isso considero que indicar mais de um terapeuta é dar ao futuro paciente a
responsabilidade de escolher qual psicólogo será melhor para o próprio caso. Considero este, um modo de introduzir o futuro paciente a um tema importante no processo terapêutico:
o poder escolher.
Entre psicólogos do mesmo nível
de comprometimento, não existe melhor nem pior, pode existir os que estão
iniciando, os que atendem apenas algum grupo específico, os mais experientes, os
mais caros e o mais baratos, por isso sobre a pergunta de qual é o melhor, a resposta
não será daquele que está indicando. O trabalho do psicólogo não é de mão
única, ele se estabelece no encontro, onde a empatia exerce uma grande força no
estabelecimento do vínculo, da confiança, da transferência. Deste modo depende
fundamentalmente de como acontecerá o encontro. O terapeuta A
pode ser perfeito para um paciente mas para outro não, um paciente fará um longo e belo processo e,
o outro não retornará após a primeira entrevista. O não retorno, não significa que o psicólogo
é ruim, apenas que o encontro não aconteceu.
Outro ponto interessante é a
possibilidade de passar por diversas experiências. Algumas pessoas permanecem no mesmo psicólogo
por anos, podem acorrer algumas pausas mas sempre retornam ao mesmo
profissional. Outras pessoas experimentam diferentes profissionais em
diferentes fases da vida. O fato de trocar de psicólogo não significa que o
anterior é qualitativamente melhor ou pior que o outro, mas sim que o psicólogo
anterior foi capaz de levar o paciente a reflexão, o trabalho terapêutico tão
intenso que foi possível ampliar o horizonte até não ser mais possível, neste
espaço de tempo. Neste momento, ocorre uma pausa para vivenciar as novas experiências,
e partir para novos trabalhos, com uma nova perspectiva, uma outra abordagem.
É muito bom um psicólogo clínico
indicado por um amigo ou professor de confiança, porém o melhor é encontrar o
psicólogo certo para o momento vivido!