As dificuldades de um começo de carreira
Por Eduardo S. Cremer e Maíra P. B.Dourado
Na atualidade, após o término da universidade todos se deparam com a expectativa do primeiro emprego. Sobre esse aspecto, o pensamento hegemônico em nosso país de que a dificuldade é muito grande para conseguir um emprego, não raro, ganha um sentido pessimista: “não existe como achar um posto de trabalho”. Percebe-se aqui um senso comum que dificulta mais esse início.
No começo do caminho, durante a escolha profissional, existem influências que depois serão decisivas para o começo da carreira. Alguns exemplos que podem definir tal escolha são: a carreira que dá mais retorno financeiro, qual gosta mais, qual tem mais facilidades por uma estrutura familiar já montada, qual tem maior oferta de vagas, entre outros.
Dessa maneira cada escolha tem prós e contras, assim como também apresenta a dicotomia que cada profissão oferece em dificuldades e facilidades. A despeito disso, o que acontece de uma forma geral é o consenso de não existir profissão que alguém aconselhe a seguir, como se nenhuma delas tivesse algo atrativo. Esses conselheiros acabam passando suas frustrações, com opiniões negativas a respeito disso, com informações que dizem respeito somente às suas experiências subjetivas. Não atentam para o fato que cada um escreve sua história de maneira diferente.
Pode-se garantir com absoluta segurança que nenhuma carreira apresenta a garantia de sucesso total ou fracasso completo, o que faz a diferença é a motivação, a formação e também o que definiu a escolha. Imagine que alguém decide exclusivamente pelo retorno financeiro. O primeiro revés nesse item pode levar a desistência, ao passo que quem faz a escolha integrando outros critérios pode persistir mais e ter um desempenho melhor.
Algumas dificuldades se mostram circunscritas à área da saúde. Diferentemente da área de exatas, por exemplo, não se tem um caminho de continuidade faculdade/estágio/emprego efetivo que proporcione estabilidade. Os profissionais da saúde só alcançam isso mais cedo se optam também por uma via empresarial, afastando-se da área clínica. Outra opção seriam os concursos públicos da saúde, com todas as implicações, problemas e dificuldades de tal caminho.
O consultório surge então como alternativa a essas escolhas, porém o começo pode ser difícil pela falta de clientes, agravado ainda mais no caso específico de alguns profissionais, como os dentistas, que têm um gasto muito maior com equipamentos e que se eleva com o aumento de clientes. À parte dessas dificuldades, com a persistência da iniciativa, torna-se um emprego bastante consistente, mais estável do que trabalhar em uma empresa, por exemplo.
No caso dos psicólogos, além de todas essas questões já colocadas ainda temos que lidar, no consultório, com problemas de outra ordem que tornam o começo mais complicado. A começar pelos pré-conceitos da nossa profissão que vem de uma falta de conhecimento do que é o nosso trabalho. A expectativa de um diagnóstico, de uma “cura” rápida e a dificuldade de lidar com assuntos doloridos somam-se ao medo e à ansiedade inerentes ao processo, o que em algumas oportunidades interrompe o trabalho.
A questão financeira também está inserida nessa problemática e envolve o investimento que o cliente pode e quer fazer no processo. De forma geral, trata-se de algo que apresenta um valor subjetivo, ou seja, deve ser algo que custe o exato valor que faça sentido para os dois envolvidos na relação, nem mais, nem menos. A dificuldade aqui é se tratar de algo incomum e que em geral, os clientes têm dificuldades de lidar. Se isso não for bem manejado e pesar demais no orçamento, inviabiliza também o trabalho.
Enfim, diante da angústia da procura pelo primeiro emprego devemos estar atentos às dificuldades reais do processo e, não ceder aos encantos de um otimismo irreal e nem tampouco de pessimismos exagerados. É importante, contudo, dar-se conta que as trajetórias de vida não têm que ser iguais para todos, tanto no sucesso quanto no fracasso. Não há somente um caminho certo e não se deve tentar apenas os conhecidos. Talvez o mais importante seja fazer as escolhas mais coerentes possíveis para que, independente do resultado, tenhamos mais recursos para lidar com as conseqüências.
Na atualidade, após o término da universidade todos se deparam com a expectativa do primeiro emprego. Sobre esse aspecto, o pensamento hegemônico em nosso país de que a dificuldade é muito grande para conseguir um emprego, não raro, ganha um sentido pessimista: “não existe como achar um posto de trabalho”. Percebe-se aqui um senso comum que dificulta mais esse início.
No começo do caminho, durante a escolha profissional, existem influências que depois serão decisivas para o começo da carreira. Alguns exemplos que podem definir tal escolha são: a carreira que dá mais retorno financeiro, qual gosta mais, qual tem mais facilidades por uma estrutura familiar já montada, qual tem maior oferta de vagas, entre outros.
Dessa maneira cada escolha tem prós e contras, assim como também apresenta a dicotomia que cada profissão oferece em dificuldades e facilidades. A despeito disso, o que acontece de uma forma geral é o consenso de não existir profissão que alguém aconselhe a seguir, como se nenhuma delas tivesse algo atrativo. Esses conselheiros acabam passando suas frustrações, com opiniões negativas a respeito disso, com informações que dizem respeito somente às suas experiências subjetivas. Não atentam para o fato que cada um escreve sua história de maneira diferente.
Pode-se garantir com absoluta segurança que nenhuma carreira apresenta a garantia de sucesso total ou fracasso completo, o que faz a diferença é a motivação, a formação e também o que definiu a escolha. Imagine que alguém decide exclusivamente pelo retorno financeiro. O primeiro revés nesse item pode levar a desistência, ao passo que quem faz a escolha integrando outros critérios pode persistir mais e ter um desempenho melhor.
Algumas dificuldades se mostram circunscritas à área da saúde. Diferentemente da área de exatas, por exemplo, não se tem um caminho de continuidade faculdade/estágio/emprego efetivo que proporcione estabilidade. Os profissionais da saúde só alcançam isso mais cedo se optam também por uma via empresarial, afastando-se da área clínica. Outra opção seriam os concursos públicos da saúde, com todas as implicações, problemas e dificuldades de tal caminho.
O consultório surge então como alternativa a essas escolhas, porém o começo pode ser difícil pela falta de clientes, agravado ainda mais no caso específico de alguns profissionais, como os dentistas, que têm um gasto muito maior com equipamentos e que se eleva com o aumento de clientes. À parte dessas dificuldades, com a persistência da iniciativa, torna-se um emprego bastante consistente, mais estável do que trabalhar em uma empresa, por exemplo.
No caso dos psicólogos, além de todas essas questões já colocadas ainda temos que lidar, no consultório, com problemas de outra ordem que tornam o começo mais complicado. A começar pelos pré-conceitos da nossa profissão que vem de uma falta de conhecimento do que é o nosso trabalho. A expectativa de um diagnóstico, de uma “cura” rápida e a dificuldade de lidar com assuntos doloridos somam-se ao medo e à ansiedade inerentes ao processo, o que em algumas oportunidades interrompe o trabalho.
A questão financeira também está inserida nessa problemática e envolve o investimento que o cliente pode e quer fazer no processo. De forma geral, trata-se de algo que apresenta um valor subjetivo, ou seja, deve ser algo que custe o exato valor que faça sentido para os dois envolvidos na relação, nem mais, nem menos. A dificuldade aqui é se tratar de algo incomum e que em geral, os clientes têm dificuldades de lidar. Se isso não for bem manejado e pesar demais no orçamento, inviabiliza também o trabalho.
Enfim, diante da angústia da procura pelo primeiro emprego devemos estar atentos às dificuldades reais do processo e, não ceder aos encantos de um otimismo irreal e nem tampouco de pessimismos exagerados. É importante, contudo, dar-se conta que as trajetórias de vida não têm que ser iguais para todos, tanto no sucesso quanto no fracasso. Não há somente um caminho certo e não se deve tentar apenas os conhecidos. Talvez o mais importante seja fazer as escolhas mais coerentes possíveis para que, independente do resultado, tenhamos mais recursos para lidar com as conseqüências.